ANA SABIÁ
Caligrafias, 2023
Caligrafias, 2023
O trabalho se propõe como uma discussão poética no limiar das linguagens: desenho, fotograma, poesia e fotografia. Cada ponto se dá como a possibilidade do traço, do percurso, da abertura ao acaso e à descoberta. Investigo a partir da fluidez da mancha de nanquim o erro que afirma-se como acerto, como marca indelével que é a própria vida. Incido sobre o papel o pincel enegrecido para encontrar minhas sombras e luzes. A fotografia sem câmera, radicalidade dos surrealistas, inventariam os objetos banais e suas silhuetas brancas, agora em fotogramas, tornam-se objetos mágicos e revigorados ao olhar. Os primórdios fotográficos encontram-se com as silhuetas enegrecidas das fotografias digitais, desidentificam o sujeito fotografado para colocarmos nele a face e fantasia que quisermos. A caligrafia das linhas, da luz, dos contornos: como escrita inconclusa e a liberdade criativa no limiar da subjetividade.
fotografia autoral • arte