ANA SABIÁ
Somos reflexos de nossas histórias coletivas e individuais e, como afirmava Ansel Adams, ao ato de fotografar trazemos os livros que lemos, os filmes, músicas e pessoas que amamos. Pessoalmente, o reflexo profícuo da pandemia foi a necessidade de fuga das quatro paredes através da leitura como a possível liberdade; um refugio à fantasia como criação da realidade; a escrita como auto-conhecimento; a arte como potência ao encontro.
A série “Enciclopédia dos sentimentos universais” busca refletir, imageticamente, sobre algumas questões filosóficas suscitadas ao longo dos meses de isolamento: como escrever a própria estória diante dos desafios coletivos tão inéditos? Quais fragmentos dessa vivência escolho para construir o momento presente mais criativo? Quais afetos foram despertados com os familiares, isolados sob o mesmo teto? Como traduzir tais adversidades às nossas crianças e adolescentes?
Os reflexos do sentir, do pensar e do criar são ações tanto possíveis quanto necessárias para repensarmos nossa História e fazermos estórias em tempos urgentes.